12/11/2015 10h00 - Atualizado em 29/12/2016 13h55

Bolsistas realizam pesquisa de campo para o Ocupação Social

Foto: Nestor Muller

A pesquisa de campo para o Ocupação Social começa a ser desenvolvida em seis bairros da Grande Vitória, simultaneamente, a partir de 16 de novembro. Ao todo, 34 pesquisadores, todos bolsistas, percorrerão mais de 700 ruas dos primeiros bairros a serem atendidos pelo programa, mapeando as características de cada região. Para, em seguida, entrevistar aproximadamente 5 mil jovens moradores dessas localidades que estão fora da escola.

"A realização desse trabalho insere o Instituto Jones dos Santos Neves no cenário nacional entre os institutos de referência em pesquisa. Nós deixamos de apenas analisar números e índices e passamos a também ser produtores de dados. Além, é claro, de contribuirmos com a construção de políticas públicas de qualidade", explicou a diretora-presidente do IJSN, Andrezza Rosalem.

A previsão é de concluir as pesquisas de campo dessa primeira etapa em até três meses. Ainda serão realizadas mais três etapas, com bolsistas dos outros bairros incluídos no Projeto Estruturante Ocupação Social.

"Os dados reunidos pelos bolsistas serão fundamentais para que seja feito um diagnóstico dos bairros, conhecendo mais das características de cada um e, principalmente, entendendo melhor o que querem os jovens moradores dessas localidades, nosso principal público. São esses jovens, de 15 a 24 anos, que representam quase 40% dos homicídios do Estado, e o Ocupação Social tem como principal objetivo mudar essa realidade, levando oportunidades e abrindo novas portas", frisa o secretário de Estado de Ações Estratégicas, Evaldo Martinelli.

O modelo da pesquisa social foi desenvolvido pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), com a colaboração da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti) e a mobilização por parte da Secretaria de Estado Extraordinária de Ações Estratégicas (Seae), coordenadora do Ocupação Social. Um convênio de aproximadamente R$ 550 mil, envolvendo as três instituições sociais, foi assinado nesta quinta-feira (12), em solenidade no IJSN, e oficializou a realização da pesquisa.

Entre os objetivos também está o interesse do Estado de obter informações e estatísticas relevantes para subsidiar planos, projetos e ações direcionadas à melhoria dos indicadores sociais e criminais em regiões de maior vulnerabilidade social, com foco especial na prevenção e na igualdade de oportunidades para adolescentes e jovens do Espírito Santo.

Parceria

O IJSN está responsável pela execução da pesquisa, após convênio assinado com a Fapes. O recurso para a realização dos trabalhos partiu da Secti, por meio de transferência, com valor total de R$ 546,746,04.

“Precisamos oferecer soluções escaláveis para os problemas desses bairros. Temos o dever, como agente público, de articular e fomentar os investimentos de impacto social”, conclui o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, Guerino Balestrassi.

Os bolsistas serão divididos em grupos formados por, no mínimo quatro pesquisadores, sendo três deles bolsistas juniores (com ensino médio completo) e um bolsista supervisor (com ensino superior completo). Todos precisam ter mais de 18 anos; estar em dia com as receitas municipal, estadual e federal; não receber outra modalidade de bolsa de fomento, não estar empregado e ter 30 horas semanais disponíveis para atuar nos bairros.

As inscrições são feitas de acordo com o cronograma de início das pesquisas. As comunidades são envolvidas em todo o processo, com as associações de moradores reconhecidas pelas prefeituras como principal articulador e mobilizador dos candidatos que poderão se inscrever na seleção.

"O trabalho desenvolvido pelos bolsistas é peça fundamental para a construção dos planos de ação de cada bairro. Junto ao mapeamento georreferenciado e à pesquisa com os jovens fora da escola, ainda serão realizadas as entrevistas com atores chaves dos bairros, incluindo moradores, comerciantes, lideranças e representantes de equipamentos públicos e de projeto sociais. Todos os resultados ajudarão na construção dos planos de ação, apontando as atividades que poderão ser desenvolvidas nos bairros. Por isso que é necessário um plano para cada região, traçando metas e objetivos específicos para melhor atender à população”, frisa o secretário Evaldo Martinelli.

A previsão é de que as pesquisas dos 24 bairros sejam concluídas durante o primeiro semestre de 2016.

Ainda estiveram presentes na solenidade a subsecretária da Secti, Camila Dalla Brandão; a diretora administrativa da Fapes, Maria Tereza Colnaghi; o secretário municipal da Serra, o coronel Nylton Rodrigues Ribeiro Filho; além de líderes comunitários dos bairros. O secretário de Estado de Planejamento, Régis Mattos, encerrou a solenidade.

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