Ainda que encarado como tabu pela sociedade em geral, falar sobre gênero e sexualidade é importante para a luta pelos direitos das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT+) e para o enfrentamento à violência contra essas pessoas. Nesta quarta-feira (29), é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, que relembra a luta das pessoas trans, aquelas que não se identificam com o gênero atribuído no nascimento.

A secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, ressalta a importância de falar sobre o tema aberta e constantemente.

“Mulher trans é mulher e elas vão ocupar todos os espaços porque nós, mulheres, devemos e podemos ocupar todos os espaços. Somos muitas, somos várias: hétero, cis, trans, lésbicas, bi, casadas, travestis, solteiras; não importa. Pensamentos misóginos, machistas, LGBTfóbicos e preconceituosos demonstram o quanto ainda precisamos discutir e ampliar cada vez mais a discussão desta temática. Recentemente, junto com o Fórum Estadual LGBT e com o Conselho Estadual LGBT+, ajudamos a mudar o Carnaval de Vitória, levando a Liga das Escolas de Samba a refletir e a recuar na proibição da participação das mulheres trans no concurso para Rainha”, relata a secretária.

A psicóloga, representante da equipe da Gerência de Diversidade e Gênero da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) e presidenta do Conselho Estadual LGBT+, Marina Bernabé, ressalta que ser trans é uma das expressões da diversidade humana, que não é doença ou problema psicológico, mas que a transfobia sim é um problema de toda a sociedade.

“Embora tenhamos tido alguns avanços, como a criminalização da homofobia e da transfobia no ano de 2019, o direito de registro civil de nome e gênero e o respeito ao uso do nome social, ainda há um caminho a percorrer. Essas vidas precisam ser cuidadas e a LGBTfobia precisa ser encarada como um problema da sociedade. Por isso, é importante falar do assunto e dar visibilidade a datas como esta”, pontua Marina Bernabé.

Sendo assim, a SEDH preparou algumas atividades em alusão à data. “Trabalhamos este tema durante o ano todo em nossa Gerência, mas para marcar o Dia da Visibilidade Trans teremos algumas ações até o início de fevereiro, com o intuito de discutir os assuntos da transgeneridade e contribuir na conscientização sobre os direitos e respeito com as pessoas trans”, destaca o gerente de Diversidade Sexual e Gênero da pasta, Renan Cadais.

Atividades em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans

A visibilidade trans será tema da próxima reunião da Câmara Técnica do Pacto Estadual pelo Enfrentamento à Violência Contra às Mulheres no Estado do Espírito Santo, a ser realizada nesta quarta-feira (29), na sede da Secretaria de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social (Setades). Esta é uma ação em parceria com a Subsecretaria de Políticas para as Mulheres da SEDH.

Já no dia 07 de fevereiro, em parceria com a Subgerência de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Guarapari, acontecerá uma formação sobre o tema com servidores do município.

Além disso, também em fevereiro, serão realizadas formações para servidores da Secretaria de Justiça (Sejus) e para pessoas em privação de liberdade, nas unidades referências para a população LGBT+.

Recentemente também ocorreu uma roda de conversa da equipe da Gerência de Diversidade Sexual e Gênero da SEDH com passistas da Escola de Samba Jucutuquara, que teve como tema “Violência e Direitos da População LGBT+”. Em referência à data, também foi realizada mais uma edição do projeto TRANSitando pela Cultura Capixaba no último dia 21, com edição promovida em parceria com a Gerência de Igualdade Racial, quando um grupo de aproximadamente 12 pessoas trans visitou espaços de religião de matriz africana em Cariacica.

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