21/11/2017 17h15 - Atualizado em 22/11/2017 09h40

Saúde faz encontro para debater necessidades e atendimento da população de rua

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou, na tarde desta terça-feira (21), o I Encontro Estadual sobre Consultórios na Rua. Os consultórios na rua são serviços da Atenção Primária à Saúde previstos na Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e são voltados para abordagem de pessoas que vivem em situação de rua. São serviços que visam prevenir o adoecimento e promover a saúde dessa população.

O encontro foi realizado no auditório do Palácio Fonte Grande, em Vitória.  Segundo Júlio César de Moraes, referência técnica da Área de Promoção da Equidade da Sesa, o objetivo da reunião foi dar passos para uma gestão participativa, envolvendo os usuários do serviço prestado pelos consultórios na rua no processo de assistência.

O encontro teve participação das áreas técnicas de Saúde Mental e de Promoção da Equidade da Sesa; do Movimento da População de Rua do Espírito Santo (PopRua-ES); do Movimento de Trabalhadores em Situação de Rua; da Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH); da Vice-Governadoria do Estado, por meio do Programa Integrado de Valorização à Vida (PROVIV), desenvolvido pela Coordenação Estadual sobre Drogas (COESD); de prefeituras municipais e do Ministério Público Estadual (MPES).

“Foi uma reunião importante, com boa participação. Aproximadamente 60 pessoas compareceram. Tiramos alguns encaminhamentos do debate, entre eles a proposta de criação de um fórum permanente envolvendo trabalhadores, gestores e pessoas em situação de rua. Um espaço de discussão com a participação das três esferas da administração pública na área da saúde, já que os consultórios na rua são municipais, mas essa população também é atendida em outros serviços de gestão estadual ou federal, como hospitais”, comentou Moraes.

A referência técnica da Área de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da Secretaria de Estado da Saúde, Natália Maria de Souza Pozzatto, explicou que há uma série de fatores que levam pessoas a viverem nas ruas das cidades, e, segundo ela, entre as principais causas figuram o uso de álcool e outras drogas, desavenças familiares e desemprego.

"Muitas vezes essas pessoas que vivem nas ruas não vão à unidade de saúde. Então, o serviço vai até elas por meio do consultório na rua. As equipes fazem um atendimento de escuta das demandas de saúde dessas pessoas, dão informações sobre doenças e condições de saúde, fazem testes rápidos para detecção de doenças sexualmente transmissíveis, encaminham essas pessoas para realização de exames nas unidades de saúde e até para outros serviços, como Centro de Atendimento Psicossocial (Caps), por exemplo”, disse Natália.

Segundo a referência técnica, a rede de atenção à saúde precisa trabalhar integrada para ser mais resolutiva no atendimento dessa população. Natália diz que existem fatores que dificultam esse atendimento. Muitas vezes a pessoa em situação de rua não vai à unidade de saúde, mas os serviços também precisam se adequar para acolhê-los. “O serviço de saúde pede Cartão do SUS, carteira de identidade, comprovante de residência, por exemplo, mas muitas vezes essas pessoas não têm documentos. Por isso é preciso criar um fluxo de atendimento específico para essa população dentro dos serviços de saúde, e trabalhar em parceria com outras áreas da administração pública”, ressaltou.

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