12/09/2016 09h00 - Atualizado em 29/12/2016 16h57

Projeto Papo de Responsa muda a realidade de jovens

O Papo de Responsa atende a mais de 1.200 estudantes de 13 escolas da rede pública estadual, este ano. E a previsão é de chegar a mais três escolas, ainda em 2016. O projeto – adotado há três anos pela Polícia Civil do Estado – atua em áreas de maior vulnerabilidade social, realizando um trabalho de educação social nas escolas públicas.

“A Polícia Civil ficou muito lisonjeada com o convite de poder participar, por meio do projeto ‘Papo de Responsa’, do Programa Ocupação Social. O Papo é uma ação institucional voltada para comunidade e que tem como fundamento ‘gente que gosta de gente’. Além disso, busca utilizar a mesma abordagem com adolescentes e jovens conscientizando-os e prevenindo-os a respeito dos riscos da violência, do uso de drogas e de outros crimes que estão a redor desse público alvo”, afirmou a chefe de Polícia, Gracimeri Gaviorno.

Evasão

Com sua abordagem descontraída, o Papo de Responsa tem mudado a realidade das comunidades envolvidas, ajudando na redução da evasão escolar, aumentando o rendimento dos alunos na escola, mudando o comportamento dos jovens e melhorando as relações com suas famílias.

Ao todo, 38 turmas já passaram pelo Papo de Responsa, este ano, dentro do Programa Ocupação Social, com 1.216 alunos beneficiados diretamente.

Implantado em setembro de 2013, o objetivo do projeto é debater com os alunos, em sala de aula, sobre temas como violência, prevenção às drogas e o papel do policial na sociedade.

Papo de Responsa

O Programa Papo de Responsa foi criado por policiais civis do Rio de Janeiro. Em 2013, a Polícia Civil do Espírito Santo, por meio de policiais da Academia de Polícia (Acadepol) capixaba conheceram o programa e em parceria com a polícia carioca, trouxeram para o Estado.

O ‘Papo de Responsa’ é um programa de educação não formal que – por meio da palavra e de atividades lúdicas – discute temas diversos como prevenção ao uso de drogas e a crimes na internet, bullying, direitos humanos, cultura da paz e segurança pública, aproximando os policiais da comunidade e, principalmente, dos adolescentes.

O projeto funciona em três etapas e as temáticas são repassadas pelo órgão que convidou o Papo de Responsa, como escolas, igrejas e associações, dependendo da demanda da comunidade. No primeiro ciclo, denominado de “Papo é um Papo”, a equipe introduz o tema e inicia o processo de aproximação com os alunos.

Já na segunda etapa, os alunos são os protagonistas e produzem materiais, como músicas, poesias, vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada. No último processo, o “Papo no Chão”, os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão e trocam ideias relacionadas a frases, questões e músicas direcionadas sempre no tema proposto pela instituição.

Por fim, acontece o papo com a família dos alunos onde os policiais ouvem a percepção dos pais e também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.

Este ano, os policiais civis capixabas que atuam no projeto foram homenageados com o prêmio “Policiais do Ano”, concedido pelo Jornal carioca Imprensa do Policial. O projeto já foi tema de dissertação de mestrado e foi inspiração para acadêmicos do curso de Direito.

Ocupação Social

Desde 2016, o projeto atende ao Programa Ocupação Social, que tem como principal objetivo reduzir os índices de homicídios entre os jovens, principais vítimas de crimes contra a vida. Historicamente, os jovens com idade entre 15 e 24 anos representam 40% do total de vítimas de homicídios.

Para mudar essa realidade, o Ocupação Social tem como intuito levar oportunidades aos jovens moradores das áreas mais vulneráveis do Estado, que concentram um número maior de crimes contra a vida. Foram mapeados 25 bairros do Espírito Santo, 17 na Grande Vitória e oito no interior. Essas regiões vão receber projetos e ações voltadas ao desenvolvimento social, econômico e cultural.

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