27/03/2019 17h43 - Atualizado em 27/03/2019 17h44

Mês da mulher: Secretária Nara Borgo participa de palestra no SINPRO/ES

Mulher é sinônimo de resistência! E foi esse o tema abordado na mesa-redonda “Mulher: Realidade, Violência e Luta”, realizada pelo Sindicato dos professores no Estado do Espírito Santo (SINPRO/ES), em sua sede, no dia 22 de março, às 19h30, com a participação de Jacqueline Moraes, Vice Governadora do Estado do Espírito Santo, Larissy Soares, professora e coordenadora da ala de Passistas da Escola de Samba Novo Império, Nara Borgo, Secretária Estadual dos Direitos Humanos, Heloísa Carvalho, Coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres Negras e Andrea Nascimento, psicóloga e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A casa estava cheia e o momento foi voltado para o debate democrático sobre os desafios e perspectivas da condição da mulher, abordando temas como: Lei Maria da Penha, violência no lar, feminismo e a mulher negra na sociedade, entre outros.


A Vice Governadora, Jacqueline Moraes, tratou sobre como o dia 8 de março se tornou uma data que representa evolução e conquista. “O 8 de março passou a ter 30 dias e nossa preocupação é para que a data não perca suas características de luta. Precisamos nos unir para desconstruir o machismo e mostrar que a mulher tem tanto poder quanto o homem”, expôs a Vice Governadora.


Além de falar sobre o machismo enraizado, outro assunto tratado por Jacqueline foi a violência no lar e como é necessário ter atenção para identificar o início de tudo. “Ao final de uma palestra que dei em uma escola, uma jovem chega até mim e me agradece por ajudá-la a identificar que ela, com apenas 13 anos, já vivia em um relacionamento abusivo. Eu acredito que podemos resolver a violência antes dela começar a sangrar”, concluiu Jacqueline Moraes.


A Secretária Estadual dos Direitos Humanos, Nara Borgo, fez uma panorâmica sobre o feminismo e como as mulheres foram para as ruas em busca de seus direitos. “Nossas histórias são contadas por homens e por homens brancos, e por conta disso somos invisibilizadas com o passar dos tempos, dificultando a nossa ocupação em locais de poder. A nossa maior luta hoje é contra o retrocesso”, afirmou Nara.


Sobre a violência doméstica, Nara também falou sobre como esse tipo de situação era tratada como um problema privado, sequer considerado uma violação dos direitos humanos, dificultando as denúncias e, a partir daí, como o movimento feminino entrou em ação.


A Coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres Negras, Heloísa Carvalho, falou sobre como ela se descobriu negra e como ela busca se mostrar capaz dentro dos espaços que ocupa. “A violência no nosso país tem gênero e cor. Eu não nasci negra, eu me tornei negra. Na minha infância eu percebi que estava em um corpo e um cabelo que incomodava e busquei nos estudos o refúgio”, contou Heloísa.


A Coordenadora ainda trouxe dados que apontam que as mulheres são praticamente a metade da força de trabalho no Brasil e mesmo assim são consideradas uma minoria. “No mercado de trabalho, a iniquidade está fundamentada em relações de gênero e raça e o trabalho é separado entre trabalho de mulher e trabalho de homem”, afirmou Heloísa.


A professora e coordenadora da ala de passistas da Escola de Samba Novo Império, Larissy Soares, contou um pouco da sua trajetória no samba e como esse meio se tornou lugar de resistência. “Esse ano a proposta da Novo Império foi homenagear as mulheres. Para isso acontecer, passamos a fazer uma série de entrevistas com mulheres da comunidade, para entender e conhecer o espaço feminino, já que a diretoria da escola é formada basicamente por homens. A partir desse evento, nossa quadra passou a ser mais do que nunca um espaço para as mulheres”, contou Larissy Soares.


Encerrando os debates, a professora e psicóloga, Andrea Nascimento, fez um pouco diferente do esperado. Ela falou para os homens presentes. “A mulher já sabe o que precisa fazer e a nossa posição já está sendo tomada. Agora é momento dos homens entenderem que quando dizemos que estamos em posição inferior, não estamos atacando eles”, enfatizou a professora.


Outro questionamento feito por Andrea foi se há possibilidade de um homem ser feminista e uma mulher ser machista?. “O feminismo é uma luta das mulheres, mas um homem caminhar ao nosso lado significa que está acontecendo uma conscientização. A mulher não é machista, ela cresce em um ambiente onde essa pratica é constante e isso faz com que as atitudes dela sejam coerentes com isso”, afirmou Andrea Nascimento.

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