12/12/2016 17h01 - Atualizado em 15/12/2016 12h38

Estado entrega prêmios de Direitos Humanos nesta segunda (12)

Cinco prêmios foram entregues, nesta segunda-feira (12), durante a cerimônia de encerramento da VIII Semana Estadual de Direitos Humanos, realizada no Palácio da Cultura Sônia Cabral, na Praça João Clímaco, no Centro de Vitória.

Dois prêmios foram em reconhecimento ao trabalho de pessoas e organizações não governamentais atuantes na promoção e na defesa dos direitos humanos no Estado, e os outros três para os vencedores do concurso de redação, os dois promovidos pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH) e o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH).

Para o secretário de Estado de Direitos Humanos, Julio Pompeu, "é importante reconhecer que 2016 foi um ano de muitas conquistas para a área. O Espírito Santo avançou nas políticas, não apenas com a efetivação da Secretaria, como em políticas diretas, a exemplo do Programa Ocupação Social, voltado aos jovens de áreas vulneráveis, garantindo oportunidades a quem mais precisa".

Homenageados 

A argentina Ana Maria Caracoche, servidora pública aposentada e militante na luta pelos direitos humanos, e a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (GOLD), reconhecida pelo trabalho de empoderamento e defesa dos direitos da comunidade LGBT, foram as homenageadas do Prêmio Estadual de Direitos Humanos de 2016.

Para a presidente da Gold, Deborah Sabarah, "esse é um momento de grande alegria e que traz tamanha felicidade, fortalecendo nossa luta e reconhecendo que estamos no caminho certo, em defesa e na promoção dos direitos humanos, em especial das causas LGBT".

Ana Maria Caracoche agradeceu a homenagem e o reconhecimento e afirmou que “esse prêmio é de todos aqueles que fazem e lutam pela defesa dos direitos humanos de todas as pessoas. Nós sempre vamos ter um direito a defender, e que esse reconhecimento nos fortaleça para nunca desistir", enfatizou.

Além do prêmio estadual também houve a entrega dos prêmios do Concurso de Redação Direitos Humanos na Escola 2016, realizado com o apoio da Secretaria Estadual de Educação (Sedu) e aberto a alunos do Ensino Médio, do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) e a alunos em privação de liberdade.

A edição deste ano teve como tema “Direitos Humanos e Democracia: e eu com isso?”, abordando os problemas do país. Os ganhadores são Wanderson da Silva Guedes, da Escola EEEFM “Inah Werneck”, que ficou com o primeiro lugar; Ana Paula Coradini Altoé, da Escola EEEFM “Professor Santos Pinto”, de Governador Lindemberg, em segundo lugar, e Jhonny Vitor Gonzaga, também da Escola EEEFM “Inah Werneck”, de Cachoeiro de Itapemirim, em terceiro lugar. Os prêmios foram um notebook, um tablet e um smartphone, respectivamente.

Julio Pompeu concluiu a solenidade afirmando que "os prêmios entregues hoje fortalecem nosso avanço nas políticas de direitos humanos e reconhecem a importância de sempre promovermos o debate e as ações em diferentes espaços da sociedade, assim como a relevância em apontar os caminhos que merecem ser vistos como exemplo e terem o trabalho valorizado para que novos caminhos sejam possíveis", finalizou.

Interno de Cachoeiro conquista 1º lugar em concurso de redação

O primeiro lugar do concurso de redação Direitos Humanos na Escola 2016 é de um interno do sistema prisional. Wanderson da Silva Guedes, que cumpre pena na Penitenciária Regional de Cachoeiro de Itapemirim (PRCI), foi premiado em cerimônia realizada nesta segunda-feira (12), no Palácio da Cultura Sônia Cabral, no Centro de Vitória.

O interno de 34 anos cursa o 3º ano do ensino médio na unidade prisional e recebeu como prêmio pela 1º colocação um notebook. Emocionado, Wanderson disse que já havia ficado surpreso por ter ficado entre os três finalistas, concorrendo com estudantes de todo o Estado.

“Fiquei muito feliz. Gosto muito de ler e escrever e participar do concurso foi algo diferente para mim. Vou fazer o Enem e pretendo conseguir uma bolsa para poder dar continuidade aos estudos, que estou concluindo na unidade. O computador vai ficar com a minha família e vai ajudar meus três filhos nos estudos deles”.

O 3º lugar do concurso também é de um interno que cumpre pena na Penitenciária Regional de Cachoeiro: Johnny Victor Gonzaga, que cursa o 2º ano do ensino médio.  “Gosto muito de ler e fiquei feliz só de estar entre os internos da unidade que participaram do concurso. Fizemos a redação durante as aulas de Português, com a orientação do professor, e não esperava estar entre os premiados. Foi uma boa surpresa”.

O 2º lugar foi para a estudante Ana Paula Coradini Altoé, da EEFM Professor Santos Pinto, de Governador Lindemberg. 

O secretário de Estado da Justiça, Walace Tarcísio Pontes, disse que os resultados obtidos pelos detentos refletem a importância da educação para a sociedade.

“A vitória dos internos no concurso é emblemática, já que eles concorreram com estudantes de todo o Estado. Isso mostra que a educação oferecida às pessoas privadas de liberdade tem a mesma qualidade da que é ofertada aos demais alunos. É um orgulho para a secretaria ver os internos saírem vencedores da disputa”.

Além dos internos, também foram reconhecidos no evento com o recebimento de placas a escola referência para a unidade prisional, EEEFM Inah Werneck, representada pelo diretor Wanderson da Silva Santos, e o professor que orientou os internos na produção das redações, Basílio Couto Machado.

Durante a cerimônia de premiação, o professor destacou as boas condições de higiene e as oportunidades de trabalho que são oferecidas aos internos na unidade prisional em que atua.

“O Espírito Santo pode servir de exemplo para os outros. Para mim, é uma honra muito grande ver alunos que estão no sistema prisional serem premiados em um concurso, ainda mais com um tema desafiador para ser trabalhado dentro de um presídio, escrevendo sobre direitos humanos”.

Educação

Atualmente, o Espírito Santo possui cerca de 3,5 mil detentos estudando em salas de aula nas unidades prisionais, da alfabetização ao Ensino Médio, na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). O acesso à educação é oferecido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu).

Enquanto a média nacional de pessoas privadas de liberdade estudando é de 10%, no Estado o índice é de 17,6%. A população carcerária atual é 19.836. Considerando apenas os detentos condenados, 25,4% são atendidos pela educação formal.

Redução de pena

Segundo a Lei de Execução Penal, o detento que estuda tem direito à remição da pena. A cada 12 horas de estudo, distribuídas em três dias, um dia da pena é reduzido.


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Texto: Caio Fassarella

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