‘Arte, saúde mental e ativismo LGBT+’ é tema de live da Secretaria de Direitos Humanos
Nessa quarta-feira (26), a Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), por meio da Gerência de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero, e a organização Not Only Voices promoveram a live “Papo de Almoço: arte, saúde mental e ativismo LGBT+”. A roda de conversa foi transmitida no canal SEDH no Facebook e fez parte da programação da IV Quinzena Estadual de Combate à LGBTfobia. A atividade contou com tradução em Libras.
Participaram do evento on-line o comunicador e curador paulista de conteúdos pop e LGBTI+, Eliabe Freitas; e a artista, modelo, mulher transexual, idealizadora do movimento “Eu sou Trans” e ativista social de destaque em Angola, Imanni da Silva. O mediador foi o cofundador e diretor da Not Only Voices, Gabriel Alves de Faria.
O gerente de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero, Renan Cadais, fez a abertura e a finalização da roda de conversa. Ele explicou que o objetivo do evento foi apresentar experiências e alternativas de como ativistas LGBTI+ têm utilizado da arte para fazer ativismo e cuidar da saúde mental. Outro objetivo é inspirar e trazer para o público capixaba perspectivas de outros contextos, como o de São Paulo e Angola.
“Foi uma discussão para pensarmos ‘fora da caixinha’. Convidamos pessoas que estão no Brasil, na Bélgica e em Angola. Então, pudemos debater os temas da arte, saúde mental e ativismo LGBT+, sob vários olhares”, explicou Renan Cadais.
Roda de conversa
Durante a roda de conversa, Eliabe Freitas e Imanni da Silva contaram um pouco sobre suas trajetórias.
“Em 2019, fundei o movimento ‘Eu Sou Trans’, que vem com o objetivo principal de dar visibilidade, voz e defender os direitos da comunidade transgênero em Angola. Já lançamos várias campanhas informais, sendo uma delas a que aborda o ser transgênero com a maior naturalidade possível. Não é um bicho de sete cabeças, como muitas pessoas ainda encaram. Para além disso, temos as questões ligadas às mulheres trans. Se as mulheres já sofrem inúmeros preconceitos diariamente, as mulheres trans precisam sempre estar provando suas capacidades e habilidades. São muitos desafios”, destacou Imanni da Silva.
O comunicador Eliabe Freitas, em um dos momentos da live, falou da arte e seu poder transformador. “A arte sempre esteve ligada, para mim, à minha orientação sexual, pois sou um homem gay, e também à minha cor de pele, que é negra. Quando falamos sobre arte e ativismo, fico pensando qual é de fato o meu papel, porque acredito que o meu corpo é político. Simplesmente, eu existir e fazer o que eu gosto na minha profissão já é um ativismo diário. Tenho a sorte de trabalhar com muitos artistas LGBT+ no Brasil e dar força a esse movimento, visibilidade a esses artistas, pois sabemos que no nosso País não há as mesmas oportunidades que para artistas cisgêneros, heterossexuais e brancos”, disse.
O cofundador da Not Only Voices, Gabriel Alves de Faria, tem uma longa trajetória e história de envolvimento com a defesa dos direitos humanos. A organização é uma iniciativa que usa audiovisual para lutar contra a discriminação, além de conectar defensores de direitos humanos no Sul Global.
“Há cinco anos, comecei a me envolver com arte, audiovisual, e fiz uma série documental no Sudeste Asiático sobre as pessoas LGBTI+. Para mim, esse tópico de arte, ativismo e LGBTI+ é muito próximo do que eu sou. O poder que vem do audiovisual e do cinema de dar voz às pessoas, para que narrem as histórias delas, traz um sentimento empoderador. Sinto que trabalhar com isso me auxilia nessa busca de equilíbrio pela saúde mental”, explicou Gabriel Alves de Faria.
Intérprete de Libras
A atividade contou com a tradução do intérprete de Libras Mário Lúcio Costa, que agora integra a equipe da SEDH. A contratação foi para que as atividades da Pasta tenham tradução para a Língua Brasileira de Sinais, o que vai torná-las mais acessíveis e inclusivas.
O intérprete já havia atuado nas lives do webinário “Protagonismos, Diversidades e Inclusão Social: conquistas, desafios e perspectivas”, promovido pela SEDH, por meio da Gerência de Políticas para as Pessoas com Deficiência. Agora, estará presente em todas as atividades.
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