16/12/2025 17h13

Instituições e personalidades recebem Prêmio Estadual de Direitos Humanos

O Palácio da Fonte Grande, em Vitória, recebeu, na manhã desta terça-feira (16), personalidades e instituições para a cerimônia de entrega do Prêmio Estadual dos Direitos Humanos. A premiação compõe a programação da Semana de Direitos Humanos, que teve como tema este ano “Vozes, Diversidade e Democracia”, e foi organizada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) com apoio da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH).

A definição dos homenageados nas duas categorias contou com apoio da sociedade civil que fez as indicações sendo definidos os quatro homenageados de cada categoria por uma comissão organizada pelo Conselho Estadual. Foram duas as categorias: “Personalidade” e “Movimentos sociais e/ou organizações não governamentais”.

Confira os homenageados da edição de 2025 do Prêmio Estadual de Direitos Humanos:

Categoria Personalidades

Emil Schubert

Emil Schubert nasceu em Timbó, Santa Catarina, e é graduado em Teologia pela Faculdade de Teologia IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Teve sua ordenação para o ministério pastoral na IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil em 1977 tendo exercido o pastorado em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, onde permaneceu de 1974 a 1980.

Foi presidente da Ceasa coordenou o Grupo de Defesa dos Direitos Humanos da IECLB no Espírito Santo e presidiu o Instituto de Ação Popular – IAP. Atuou ainda no município de Santa Leopoldina na formação de grupos para a Ação Política e Alfabetização de Adultos.

Participou da criação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC, com sede em Brasília. Em 1994 participou da criação do CONIC/ES, tendo sido o seu presidente até 1997.

Participou da Plenária do Fórum Reage Espírito Santo, contra o crime organizado. Nesta época, participou ativamente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra (CDDH/Serra). Atuou também representando o Sínodo Espírito Santo à Belém – IECLB, na Rede Alerta Contra o Deserto Verde.

Eusabeth Ferreira das Mercês Vasconcelos

Eusabeth, também conhecida como Beth e vinda das Comunidades Eclesiais de Base na Paróquia São José Operário, é uma das criadoras do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) da Serra e uma das fundadoras do Fórum Estadual de Mulheres. Nos anos 80 e 90 animava um grupo de mulheres nas comunidades e criou com outras companheiras a Associação de Mulheres Unidas da Serra (AMUS).

Eusabeth Ferreira das Mercês Vasconcelos é uma figura proeminente no município da Serra, conhecida por seu trabalho social e representação de mulheres. Ela desempenha papéis de liderança em conselhos municipais e estadual. Seu trabalho na área de combate à violência contra a mulher já foi reconhecido e destacado em sessões na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

Dr. Hugo César Guangiroli

Dr. Hugo Guangiroli tem trajetória de resistência à ditadura militar argentina. Viveu clandestinamente em Buenos Aires e foi militante universitário dos Montoneros, o que reforça sua conexão pessoal com questões de repressão de Estado e justiça de transição. Sua família foi vítima da repressão e viveu a brutalidade da ditadura quando o “Plano Condor” fez desaparecer no Brasil, uma de suas filhas. Esse passado pessoal fortalece seu compromisso com direitos humanos, memória histórica e justiça, agregando legitimidade à sua atuação atual e representa parte desse histórico de luta pela memória e pela reparação.

Como psiquiatra, foi diretor técnico do Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), anteriormente Hospital Adauto Botelho, coordenou (ou participou da coordenação) da Saúde Mental na Secretaria Estadual de Saúde, o que destaca sua vocação para a atenção psicossocial.

Foi coordenador do CADH, onde contribui para a promoção de políticas públicas centradas em direitos humanos. Sua resistência e história de vida ressalta seu comprometimento pessoal com a causa dos direitos humanos.

Maria de Fátima Castelan

Mudou pra Vitória em 1978, morou em Viana e depois Cariacica. Firmou sua caminhada nas Comunidades Eclesiais de Base, experiência já iniciada na infância, em Colatina. Em Cariacica se envolveu com o trabalho popular, atuando nas comunidades, grupos de resistência e luta pelas mulheres.

Sua trajetória é marcada pela sua experiência no Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).  Atualmente ela desenvolve no CEBI-ES com um grupo de mulheres o projeto “Bordando com as linhas da Vida e da Bíblia”. Ela também e umas das coordenadoras do curso de Fé e Política da Arquidiocese de Vitoria.

Categoria Movimentos Sociais e/ou Organizações não Governamentais

Coletivo Cultura Bethânia

Criado em agosto de 2019, o projeto atende jovens da região por meio da cultura e tem como MISSÃO Contribuir na formação social, por meio de ações sociocultural que impactam de forma positiva na transformação indivíduo.

Representatividade e desenvolvimento social são palavras que movem os jovens do projeto Coletivo Cultura Bethânia, iniciativa comunitária visando enriquecer o conhecimento cultural dos jovens vianenses.

Tem como criadores Drica Coelho, mulher negra, 28 anos, formada em Educação Física, cria da comunidade Campo Verde, no município de Viana. E Ramon Matheus, morador do bairro Nova Bethânia que já fez parte do FEJUNES e presidiu O Conselho Estadual de Juventude.

O coletivo desenvolve projetos como o “Cine Cria” (descentralização do cinema), “Viana Tour” (educação e valorização da cultura local do município de Viana) e “Batalha do NB” (rodas de batalha de rima).

Coletivo Elas Tramam

Atua na promoção e defesa dos direitos humanos por meio da escrita, da dramaturgia, da pesquisa, da memória e da criação coletiva. Fundado em 2017, o coletivo se tornou referência estadual na articulação entre cultura, equidade de gênero, diversidade e direitos culturais, atuando diretamente na ampliação das vozes de mulheres e identidades femininas diversas, incluindo pessoas trans, travestis e não-binárias, historicamente silenciadas no campo literário, artístico e social.

“Elas Tramam” prioriza práticas que acolhem e fortalecem mulheres negras, periféricas, LBTQIA+, artistas, mães solo e pessoas em trajetórias dissidentes, compreendendo a escrita como um direito humano e como uma ferramenta de transformação individual e comunitária.

Além da formação, o Elas Tramam atua em diversas frentes integradas como o projeto “Dramáticas” que circula com oficinas por vários municípios; o podcast “Escute as Manas”, que transforma dramaturgia em experiência sonora e garante acessibilidade para pessoas com baixa visão, dificuldades de leitura ou analfabetas; o “Disparo Feminista”, que difunde microcontos via WhatsApp, ampliando o alcance da literatura para territórios periférico; o “Ponto de Leitura Vera Viana”, acervo do Estado dedicado exclusivamente à literatura dramática e a produção de pesquisas, mapeamentos, registros de memória e documentação. O coletivo também atua na geração de renda, garantindo que autoras, facilitadoras e participantes sejam remuneradas em circulações, oficinas, mediações, publicações e eventos.

Cursinho Popular Risoflora

Criado em 2014 no bairro Maria Ortiz, em Vitória, o Cursinho Popular Risoflora tem como base a educação popular e o trabalho comunitário. É um curso preparatório para o ENEM totalmente voluntário e gratuito, com o objetivo de preparar não só estudantes do último ano do Ensino Médio, mas estudantes para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes).

O diferencial entre ele e os demais cursinhos está em oferecer alimentação durante o curso, como cuidado em saúde e segurança alimentar.

O Cursinho Popular Risoflora foi selecionado entre mais de 2.500 iniciativas do Brasil como um dos 150 vencedores do Prêmio Periferia Viva 2025!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento social que procura articular e organizar os trabalhadores rurais e a sociedade para conquistar a Reforma Agrária e um Projeto Popular para o Brasil. Mesmo depois de assentadas, estas famílias permanecem organizadas no MST, pois a conquista da terra é apenas o primeiro passo para a realização da Reforma Agrária. As famílias seguem organizadas e realizam novas lutas para conquistarem estes direitos básicos. Nos assentamentos e acampamentos, as famílias organizam-se em núcleos que discutem as necessidades de cada área.

Dentre as principais pautas de luta do MST estão: A reforma agrária popular, a produção de alimentos saudáveis, a educação no campo, a moradia digna, os direitos sociais e reforma política.

 

Informações à Imprensa:

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